sexta-feira, 19 de março de 2010

A fera da Penha

Neyde Maria Lopes, que ficou nacionalmente conhecida como "A Fera da Penha", é uma mulher que nos anos 60 foi acusada e condenada a 33 anos de prisão em regime fechado por seqüestrar, assassinar e incendiar uma criança de 4 anos nos fundos do Matadouro da Penha, no bairro de mesmo nome no subúrbio do Rio de Janeiro.

Começou em 1959, quando Neyde, à época com 22 anos de idade, conheceu Antônio Couto Araújo, e apaixonou-se por ele em plena Central do Brasil. Por cerca de 3 meses inteiros eles se encontravam. Mas logo ela acabou descobrindo por intermédio de um amigo que Antônio era casado e pai de duas crianças. Sabendo disto, ela exigiu que ele abandonasse a esposa e filhas para ser somente dela. Vendo que Antônio não abandonaria sua família, Neyde traçou outra tática: resolveu aproximar-se da família de seu amado.

Fingindo ser uma velha colega de colégio de Nilza Coelho Araújo, esposa de Antônio, Neyde conquistou a confiança desta e assim passou a visitar e conviver moderadamente, apesar da recusa de Antônio. A verdade é que Neyde não suportava sentir-se como sendo "a outra" na vida de Antônio e como este não se entregaria integralmente, ela decidiu tramar sua vingança contra o amante. A futura assassina viu em Tânia Maria Coelho Araújo, a "Taninha", de apenas 4 anos, filha mais velha do casal, o alvo perfeito para sua vingança.

No dia 30 de junho de 1960, Neyde telefonou para a escola onde Taninha estudava e, dizendo-se Nilza, disse que não poderia ir pegar a filha, por isso mandaria uma vizinha (no caso, Neyde) apanhá-la. E foi exatamente o que aconteceu. Naquela mesma tarde, quando Nilza foi levar o lanche da filha, ficou sabendo de tudo e sondou a polícia, apesar de nem sequer imaginar que fosse Neyde quem tivesse levado a menina. Neyde ficou andando sem rumo com Taninha com cerca de 5 ou 6 horas por várias ruas, até que ao cair da noite ela passou na casa de uma amiga, no bairro da Penha, e por fim numa farmácia para comprar um litro de álcool. Então, às 20 horas, ela conduziu a menina ao galpão dos fundos do Matadouro da Penha, executou a menina com um único tiro na cabeça e pôs fogo em seu cadáver, antes de ir embora tranqüilamente.

Dias depois, presa, ela negou todas as acusações em um longo interrogatório de mais de 12 horas, mesmo tendo de confrontar fisicamente os pais da vítima e outras testemunhas. Mas, tempos depois, em desabafo com o radialista Saulo Gomes, confessou com frieza e calculismo todos os detalhes do crime, o que acabou lhe rendendo popularmente a alcunha de "A Fera da Penha", o que dura até hoje. Foi condenada a 33 anos de prisão, mas após cumprir 15 anos por bom comportamento, ganhou a liberdade. Diz-se que até hoje vive em um modesto apartamento na Penha, subúrbio do Rio de Janeiro, e que se casou com o diretor da prisão em que cumpriu pena.

4 comentários:

  1. Como pode uma pessoa ser tão fria assim, ainda mais uma mulher..Uma criancinha um ser tão indefeso tão dependente,Nuss que horror.. e só cumpriu 15 anos de reclusão, poxa vida é a justiça brasileira..
    Kássinha Twitter jjkkj

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  2. Nossa, que horror. Uma criança tão inocente e tão indefeso.. :s

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  3. Nasci 12 anos após o caso e morei 34 anos da minha vida na Penha. Lembro de estar de mãos dadas com a minha mãe passando pelo local, que na época era uma praça em frente ao antigo supermercado DISCO e lá havia uma imitação de jazigo de uma tal de Taninha. Eu era muito criança, e segundo o meu entendimento, a história era de uma moça que havia matado uma menina. Hoje, aos 37, vivendo em São Paulo, recebi por e-mail uma curiosidade, da revista Cruzeiro digital, que por sobra de tempo resolvi olhar com curiosidade. Lá estava reproduzida a tal história da Taninha. A menina já deve até ter reencarnado. A humanidade não mudou nada seu jeito animalesco de ser.

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  4. Lembro de muito tempo atrás ter assistindo no antigo programa "Linha Direta" a história da Fera da Pena... A criança era inocente, não tinha culpa. Neyde estava apaixonada, não queria ser a outra. Por isso decidiu vigar-se. Hoje, acho que ela meio que pagou pelo o que ela fez. Já carrega está culpa de ter matado esta criança. Carregará pelo resto de sua vida. Só espero que Deus tenha piedade dela. E que Taninha interceda sempre não só por Neyde mas por todas as famílias que sofre por assassinatos deste tipo.

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